Lenda Indígena
Pirarucu era um bravo guerreiro, índio que pertencia à tribo dos Uaiás.
Impiedoso, tinha um coração perverso. Apesar de ser filho de Pindarô, o chefe da tribo, homem de bom coração, Pirarucu era egoísta, ciumento, orgulhoso e cheio de vaidades.
Sem temer as consequências de seus atos, Pirarucu costumava praguejar e até criticar os deuses.
Um dia, Pindarô foi a uma tribo vizinha em uma visita amistosa. Então, Pirarucu aproveitou-se da ausência do pai para tomar índios da sua tribo como reféns e executá-los, sem nenhum motivo aparente. Os outros índios ficaram com medo, justamente por não entender as atitudes do filho de Pindarô.
Tupã, o deus dos deuses, decidiu punir Pirarucu. Assim, ele chamou Polo para espalhar o seu mais poderoso relâmpago. Também convocou Iururaruaçu, a deusa das torrentes, e ordenou que ela provocasse a mais forte tempestade jamais vista sobre Pirarucu, enquanto o índio estava pescando com outros às margens do Rio Tocantins.
Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras de desprezo. Então Tupã enviou Chandoré, para atirar relâmpagos e trovões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz.
O deus Tupã lançou o seu fogo, visto por toda floresta, refletindo a sua ira.
Pirarucu tentou escapar, mas enquanto ele corria por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante enviado por Chandoré, acertou o coração do guerreiro que mesmo assim ainda se recusou a pedir perdão.
Os índios que estavam com ele correram para a selva assustados. O corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi arrastado pelos deuses para as profundezas do Rio Tocantins e transformado em um gigante e escuro peixe com a cauda avermelhada.
Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo, ainda foi temido em toda a região.
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