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Duda | Epicentro Literário
Rosângela Martins

Duda

    O livro

    Obra ditada pelo espírito Machado de Assis, o romance “Duda” foi psicografado pela médium Marilusa Moreira de Vasconcelos, publicado em 1987 pela Editora Espírita Radhu, da própria autora.

    Em seu canal no YouTube, a médium nos esclarece que Machado de Assis, já em sua vida espiritual, relata não uma mulher falsa ou de mente vazia, como costumava escrever em vida. Mas sim uma nova mulher, reformulando alguns de seus conceitos antigos e arraigados sobre o gênero feminino.

    A autora acrescenta que tomou conhecimento da personagem Duda através do seu guia espiritual Tomás Antônio Gonzaga, 16 anos antes de publicar a obra. Porém, a psicografia da história completa não veio pelo seu guia e sim através da pena do espírito Machado de Assis. Aliás, o enredo não é uma criação do próprio Machado, pois se trata de história que realmente aconteceu. Entretanto, o autor espiritual repassa a sua narrativa com estilo bastante semelhante ao da sua produção quando encarnado.

    A História

    Duda é uma jovem bonita que vive nas ruas. Antero, um comerciante bem-sucedido, encanta-se com Duda e torna-se o seu protetor, não medindo despesas para o sustento e educação da jovem. Mas não demora, o relacionamento entre os dois evolui. Porém, Antero é noivo de Cecília. Astuta e de família abastada, Cecília faz de tudo para afastar Antero de Duda, até se aliar a um amigo inescrupuloso.

    Paralelamente aos fatos terrenos, no plano espiritual, espíritos benevolentes e outros vingativos acompanham os personagens e tentam influenciar seus pensamentos e atitudes.

    Opinião

    “Duda” é um romance de agradável leitura. A bonita jovem lembra bastante a sensível personagem Marocas do conto “Singular ocorrência”, escrito em vida por Machado de Assis. Tanto Duda quanto Marocas encontraram benfeitores casados, receberam instrução, moradia e sustento deles e lhes deram um filho. As duas histórias tiveram desfechos diferentes, mas a semelhança desperta a atenção. Aliás, relacionamentos conturbados pela desconfiança, ciúme e insegurança estão presentes em boa parte das obras machadianas, como “Ressurreição” e “Dom Casmurro”, por exemplo. Como bem disse Lúcia Miguel Pereira em seu livro “Machado de Assis – Estudo crítico e biográfico”, todos os seus romances foram determinados pelo entrechoque das paixões e dos temperamentos dos personagens. Podemos dizer que a frase também se aplica às nuances da história de Duda.

    No livro, é evidente a presença de algumas das características da escrita machadiana. Com 109 capítulos curtos distribuídos em 189 páginas, ele vem recheado de drama e toques de intervenção do narrador/autor. Rompendo por algumas vezes a quarta parede para se dirigir ao leitor, ele também se deixa levar por divagações e críticas irônicas ao caráter do ser humano, para, então, retomar o fio da meada:

    O que diz Chinellato

    “Em ‘Duda’ identificamos a ruptura com a narrativa linear, as digressões metalinguísticas (comentando com o leitor a própria escritura do romance), o caráter relativo da moral humana, os impulsos inferiores, o acaso, o ciúme, a irracionalidade e a análise psicológica e filosófica, marcas discursivas que consagraram Machado.

    “Reencontramos o pessimismo e a ironia, exteriorizando o desalento ante a miséria física e moral de suas personagens. A leitura de ‘Duda’ revela Machado com o mesmo descrédito aos valores da sociedade e a visão desencantada da vida.(…)

    Com sua postura negativista e nihilista, ele insiste no desmascaramento do cinismo, da hipocrisia, do egoísmo e do interesse que se camuflam sob as convenções sociais, impedindo o relacionamento de uma adolescente com um homem casado de quem ela tem um filho. Trata-se de uma história verídica, contextualizada no início deste século, em São Paulo. O triângulo amoroso e a interioridade das personagens são plenos do psicologismo e da maturidade realista machadiana” (CHINELLATO, 1989-1982, p.38)

    A médium psicógrafa Marilusa Moreira Vasconcelos

    Marilusa Moreira Vasconcelos é médium psicógrafa desde criança. Suas comunicações mediúnicas tornaram-se mais organizadas e frequentes em 1969, aos 26 anos. A partir de 1975, ela começou a transcrever as mensagens de Tomás Antônio Gonzaga. Com o tempo, outras entidades entre escritores, pintores, índios e tibetanos passaram a se manifestar através da médium, resultando em produções de escrita, músicas e telas de pintura.

    Sua principal obra psicografada pelo espírito Tomás Antônio Gonzaga foi “Confidências de um inconfidente” de abril de 1979 a abril de 1980. Outros romances ditados pelo mesmo espírito, “A moça da ilha”(de 1975 a 1982) e “De Mário a Tiradentes” (de 1984 a 1986), completam a trilogia histórica e doutrinária, trazendo o resgate de episódios que giram em torno do fato principal: a Inconfidência Mineira. (CHINELLATTO, 1989, p.36 e 37)

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