Coautoria – Como funciona

COAUTORIA

Coautoria – autoria coletiva

Segundo a definição, coautoria é autoria coletiva; pluralidade de autores ou agentes.
“Duas cabeças pensam melhor que uma”. Pensando nesse ditado, vários autores recorrem ao romance colaborativo, uma maneira de reunir os pontos fortes de cada um e gerar textos de melhor qualidade e, consequentemente, cativar mais leitores.
Escrever e publicar livros em dupla ou em grupo não é novidade.
Em 1990, Terry Pratchette e Neil Gaiman se uniram para escrever o grande sucesso “Belas Maldições”. 

O Detection Club – um exemplo de coautoria – como funciona

Antes mesmo, em 1929 ou 1930, no Reino Unido, foi fundado o Clube de Investigações, ou Detection Club, composto pelos maiores escritores ficcionistas de histórias de detetive (suspense clássico).
Nos primeiros anos, o Clube de Investigação produziu romances coletivos e coletâneas de contos. Nos romances, cada um escrevia um capítulo, tomando conhecimento da trama de seu predecessor.
“Um furo jornalístico”, foi o primeiro, escrito em 1930.
Em seguida, na publicação de 1931, “O cadáver atrás do biombo”, o Club elaborou o texto como um jogo: Hugh Walpole escreveu o primeiro capítulo sem trocar ideias com os demais; Agatha Christie e Dorothy L. Sayers deram segmento à construção do enredo, partindo do ponto em que o predecessor o deixara; e somente os três últimos autores – Anthony Berkeley, E.C.Bentley e Ronald Knox – se reuniram para dar o desfecho, resolvendo a trama.
Depois, veio “A morte do almirante“, escrito em 1932, onde cada participante tinha de incluir uma proposta de solução, além de escrever um capítulo.
Mas como organizar para que os escritores participantes desse projeto caminhem juntos, sem atritos e de forma harmoniosa?

Como organizar um romance colaborativo

Primeiro, é necessário que os envolvidos pensem de maneira parecida e sejam escritores do mesmo gênero; prontos a ouvir e a chegarem em uma conclusão satisfatória para ambas as partes.
 
Então, os participantes devem ser capazes de compartilhar e de aceitar críticas, além de ter a mente aberta para novas sugestões.
 
Por isso, devem ser criadas regras e planejamentos para o projeto, assim como um cronograma e metas. Mas o melhor mesmo é os integrantes criarem uma escaleta, permitindo a criação dentro de uma estrutura pré-estabelecida. Deixar a história acontecer por si só, contando apenas com a inspiração dos participantes, é colocar em risco o tamanho da obra e a sua conclusão. Uma opção é deixar tudo estipulado em um contrato, caso queiram deixar o projeto mais profissional.
 
Assim, devem desenvolver uma rotina de escrita, de revisão, de discussões e de reescritas. Também pode-se definir que cada escritor vai ficar com um personagem, ou podem cada um escrever um capítulo alternado. Até mesmo um ficar com os diálogos e outro com as descrições. Mas o importante é os autores fazerem tudo de comum acordo.
 
Não esqueçam que a comunicação entre os membros é essencial. Deve-se respeito e educação mútuos e posicionamento com argumentos e sugestões. Por isso, a arrogância deve passar longe.
 
Lembrem que o andamento do projeto vai depender da disponibilidade dos envolvidos. Portanto, nada de ansiedade! É bom ter em mente que o principal é criar o melhor texto possível;
 
E antes de se assumir o compromisso com o romance colaborativo, deve-se avaliar os benefícios e os esforços que serão empregados, que poderiam ser aplicados em produções próprias.
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Livro de Agatha Christie em coautoria mencionado no artigo.
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