Queimava o aperto no peito. Em meio a suspiros, lamúrias exageradas, passava a figura masculina, dono de tanto alvoroço. Era difícil crer em tanta perfeição. Seus olhos não o desgrudavam desde o primeiro encontro. Ela viajava naquele olhar sedutor. Contornava com sua íris aquele nariz moldado ao rosto forte. Não deixando de notar a boca carnuda. Se ele simplesmente a notasse! Acenderia uma fagulha de esperança que manteria acesa, jamais apagaria.
Bastava um sinal para se jogar em seus braços, esquecer do restante. Como poderia ser dono de tanta perfeição!
Aproximou-se mais. Esticou a mão para tocá-lo. Foi um toque gélido, sem calor humano, sem emoção. Continuava a viver sem ao menos sonhar que ela existia. Se a tela pudesse revelar seu cheiro!