Impulsos

  • Gênero: Romance

Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2019

Amanda tira vestido após vestido do guarda-fatos, coloca-os à sua frente, torce o nariz e atira-os para cima da cama.

Sónia olha para a amiga e para o amontoado de roupas em cima da cama.

Daqui a pouco o Bernardo está aqui para te vir buscar e ainda nem sequer estás vestida.

É, tens razão, eu desisto. Escolhe tu.

O vestido vermelho com o decote de renda, com os sapatos pretos que te ofereci. Não te esqueças do casaco, está frio.

Amanda encolhe os ombros e veste-se.

Pronta.

Tens noção da importância deste jantar, não tens?

Estás a falar do quê?

Estás tão fora. Pensa, rapariga, é dia dos namorados, e o teu namorado de há mais de um ano, convidou-te para jantar no Restaurante Quinta de Santo António, um dos restaurantes mais românticos de Aveiro…

Sim… e depois?

Claramente vai propor-se, dah! — Bate com a mão na testa.

Propor-se a quê?

Ao ver a cara de confusão da amiga, Sónia suspira e atira as mãos ao ar e abana-as à sua frente:

Casamento, mulher, vai pedir-te em casamento!

Não, nem pensar! — Olha atónita para a amiga.

Vamos ver. — Pisca-lhe o olho.

Ouve-se o toque da campainha, Amanda dá um beijo na cabeça de Sónia e sai a correr.

***

Amanda entra em casa às onze da noite, sacode os sapatos dos pés suspirando fundo e lança a mala para a cadeira junto à entrada.

Sónia sai da sala a correr e pergunta à pressa:

E então, como correu? Ele pediu-te em casamento?

Sim, tinhas razão… — diz com uma voz monótona.

Sónia pula de contente, abraça a amiga e parabeniza-a.

Eu disse não. — Não reagindo ao abraço da amiga.

Sónia primeiro não regista e continua a pular de alegria, depois pára, afasta-se, e agarrando-a pelos ombros pergunta:

O quê?!

Eu não aceitei e acabámos — diz sem emoção.

Mas… mas porquê?! Sinceramente não percebo, o Bernardo é lindo, rico, um cavalheiro… é perfeito. Nunca vos vi a discutir sequer uma vez… não percebo — diz incrédula, abanando a cabeça.

Exacto. É tudo perfeito, aborrecidamente perfeito… eu não quero viver assim a minha vida, numa monotonia chata. Quero viver, sentir, quero faísca, quero borboletas, entusiasmo, um amor de me deixar sem respiração, de não poder mais me apartar daquela pessoa. Em apenas vinte minutos eu cheguei à conclusão que não sentia, nem tinha isso com o Bernardo.

Tu não és normal, esqueces-te que a vida real não é um romance. Isso são coisas de filmes…

Talvez, mas sinto que foi a coisa certa a fazer.

Como é que ele reagiu?

Da mesma forma que tu, enunciou todos os seus belos atractivos, disse que podia ter a mulher que quisesse, e que me tinha escolhido a mim. Eu disse-lhe que claramente tinha feito a escolha errada. Ele gritou a palavra claramente, levantou-se, atirou o guardanapo ao prato e saiu.

Como vieste para casa?

A pé, meia hora a pé, tenho os pés moídos!

Amanda, Amanda, vivo contigo há três anos e continuas a surpreender-me todos os dias. Nem sempre pela positiva.

Cala-te, eu sei que me amas. — Lança-lhe um beijo no ar e as duas sorriem.

Segunda-feira, 21 de Outubro de 2019

Sónia! — Grita do seu quarto.

Que é?

Por favor ajuda-me a escolher a roupa para a entrevista.

A entrevista para a editora é hoje?

Sim, ajuda-me que eu quero mesmo este lugar. É aqui mesmo ao fundo da rua, não precisava de ir para o centro todos os dias, nem apanhar transportes.

Claro. Bem, é uma editora tradicional, por isso levaria a saia preta até aos joelhos e a camisa branca com os sapatos fechados pretos de salto médio e a echarpe vermelha para dar um toque de cor.

Obrigada, é tão bom ter uma stylist como colega de casa.

É só para isso que sirvo?

Óbvio — diz, enquanto dá uma risada.

Sónia atira uma almofada à amiga e sai do quarto a sorrir.

***

Amanda chega à editora com quinze minutos de antecedência, é-lhe solicitado que aguarde na sala de espera adjacente ao vestíbulo.

Senta-se, é a única na sala, melhor assim pensa, pelo menos não tem concorrência.

Enquanto espera, passa as mãos suadas pelas pernas para tentar limpá-las e respira fundo.

Ouve passos e levanta-se, mas a recepcionista apenas acompanha um rapaz à sala. Esta também lhe pede para se sentar e aguardar.

Amanda senta-se novamente, ao mesmo tempo que olha para a concorrência. Moreno, talvez um metro e oitenta e dois, corpo atlético e veste o fato como uma segunda pele. Um autêntico aprumadinho, pensa Amanda.

Os olhos cruzam-se, ele sorri. Amanda foca o olhar nele e mantém-se séria e impenetrável. Depois de uns minutos, ele desvia o olhar, mas continua a sorrir.

Amanda ganhara!

A recepcionista chama-a:

Pode entrar.

A entrevista corre muito bem, quando vai a sair cruza-se outra vez com o estranho da sala de espera. Franze os olhos e faz um movimento com os dedos indicador e médio para os olhos dela e depois na direcção dele, repetindo o movimento.

O estranho ri e segue caminho.

Quinta-feira, 24 de Outubro de 2019

Passaram-se três dias e ainda não recebeu nenhum retorno da entrevista. Decide telefonar para a editora e questionar. É informada de que escolheram outro candidato, mas que tinham ficado com o seu Curriculum na base de dados e, havendo alguma vaga, a contactariam.

Ah! maldito, maldito Aprumadinho!

Sónia vem a correr à sala.

Que foi?

Aquele maldito ficou com o meu lugar, desgraçado. Vou-lhe rogar uma praga daquelas, maldito!

Não penses mais nisso, se não foi, era porque não era para ser. Amanhã tens a entrevista para a Biblioteca Municipal de Aveiro e vais ver que ficas com o lugar.

Mas eu queria aquele lugar, o de amanhã é bom, mas sabes que o meu sonho era trabalhar numa editora.

Eu sei, mas é a vida. Hás-de chegar lá, com o tempo.

Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2019

Amanda está há dois meses no seu novo trabalho e está a gostar imenso.

É hora de almoço e, apesar de viver bastante perto, hoje não tem tempo de ir a casa. Por isso, resolve ir à Tasca do Zico para comer algo rápido.

Ao balcão, pede uma sopa e a última chamuça da vitrina.

O empregado vai servir-lhe a sopa, enquanto vem outro e coloca a chamuça no prato. O primeiro volta com a sopa e coloca-a à sua frente, ao mesmo tempo que bichana algo com o segundo empregado, que depois sai para a sala.

O primeiro empregado vira-se para ela.

Lamento imenso, mas outro cliente já tinha pedido a chamuça. Mas por favor, escolha qualquer um dos salgados e será por conta da casa.

Sério?! Oh que chatice, mas está bem. Dê-me então um pastelito de bacalhau, se faz favor.

Depois de comer rápido, sai e quando vai a passar em frente à janela da tasca vê o aprumadinho, que lhe furtou o emprego, sentado a um canto, a dar uma valente dentada na SUA chamuça.

Desgraçado! Ah! mas isto não fica assim, ai não fica não.

Entra esbaforida pela tasca adentro e dirige-se à mesa. Bate com a mão na mesa e diz:

Não faltava teres-me ficado com o trabalho, ainda me tiras a MINHA chamuça. Não tens vergonha?

O desconhecido, confuso, olha para Amanda.

Então? Não dizes nada?

As pessoas olhavam para o espectáculo. O estranho sorri.

Não se pode tirar algo que não pertence a ninguém. Fui à entrevista e fui escolhido pelo meu talento e carisma. — Pisca-lhe o olho.

Deves é ter tido uma bela de uma cunha! E a chamuça? Eu pedi-a primeiro sabes, e agora nem a comes toda.

Lamento saber isso, mas se lhe serve de consolo está demasiado picante.

Se calhar eu não sou uma frufru como tu e até gosto de picante — diz de mãos à cintura.

By all means, podes comê-la então. Força. — Aponta para a chamuça e cruza os braços.

Amanda fica a olhar para a chamuça.

Algum problema? — Levanta a sobrancelha.

Problema nenhum, vou mesmo comer, sim, por que era minha.

Amanda pega de rompão na chamuça e dá uma trinca enorme, sente o ardor a descer pela garganta abaixo, toda a boca e lábios ardem. Sente a cara muito quente, mas respira fundo e continua a comer até ao fim.

Estava boa? — pergunta enquanto se ri.

Ó-ó-óptima, ma-maravilhosa, nunca comi uma melhor. — Tenta controlar a sua face ao máximo.

Ainda bem e agora? — Inclina a cabeça, expectante.

Agora vou-me embora, que tenho de ir trabalhar.

Amanda sai a correr, entra na Biblioteca Municipal, e enfia-se na casa-de-banho, onde bebe uma quantia enorme de água da torneira.

Sexta-feira, 3 de Janeiro de 2020

Amanda está numa festa de lançamento de um livro, quando vai contra algo duro, levanta os olhos e dá de cara com o Aprumadinho.

Olha quem é ela, a senhorita mau feitio — diz em amplo sorriso.

Mau feitio és tu, oh Aprumadinho dos infernos. — A sua cara contorce-se com a raiva.

Sempre tão simpática e afável! — diz abrindo os braços.

Sempre tão ridículo e sorridente! — Abana a cabeça enquanto faz uma careta.

Uma forte risada ecoa, chamando a atenção das pessoas à volta. Amanda fica estupefacta a olhar para o recipiente daquele riso.

Ele levanta as mãos no ar, em defesa.

Trégua — estende a mão para cumprimentá-la e apresenta-se. — Dário Neves.

Não perguntei.

Mas eu quis dizer e gostava de saber o teu.

Gostavas? Olha que bom para ti.

Vira as costas e vai-se embora. Enquanto tenta fazer o caminho pelo meio das pessoas, continua a ouvir o riso de Dário. Sónia vê a amiga e pára-a.

Onde vais com tanta pressa?

Sair daqui, não quero estar no mesmo espaço que aquele idiota.

Qual idiota? — Franze a testa.

Aquele, o Aprumadinho, pelo visto chama-se Dário Neves.

Ele está aqui? Onde? — Olha para todos os lados, curiosa.

Antes que Amanda pudesse mostrar, Dário sobe ao palco para apresentar o autor.

Aquele ali. — Faz sinal com a cabeça para o palco.

Uau, ganda pão!

Ganda parvo!

Amanda, por favor, podes não gostar dele por todos os motivos e mais alguns, mas não podes dizer que ele não é giro, porque é, e muito.

Whatever — diz fazendo um sinal com a mão, atirando-a para trás —, eu vou-me embora, vens?

Vou, mas só se passarmos nos kebabs, estou cheia de fome.

Amanda ri e concorda. Enquanto sai, sente-se a ser observada, e no último instante antes de atravessar a porta, olha para trás, para ver Dário sorridente a olhar para si.

Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2020

Amanda acaba de chegar ao trabalho, quando é informada de que chegou uma encomenda para si.

Entra no gabinete para ver um belo ramo de flores, agarra-as e cheira-as sorrindo, depois procura por algum pormenor de quem as tenha enviado e encontra um cartão: “Para trazer alguma cor e alegria ao mau feitio da senhorita Amanda Ribeiro.”

Amanda entra em ebulição e atira as flores a alta velocidade para o cesto de papéis, vociferando para o ar.

Maldito sejas, vai gozar com a tua tia, idiota!

***

Boa tarde. Biblioteca da Câmara de Sintra, em que posso ser útil?

Boa tarde, senhorita Amanda. Gostou das flores?

Não, não gostei! Primeiro não aprecio rosas, e segundo, como que raio descobriste o meu nome e onde trabalho?

Tenho os meus meios.

Stalker much! Vou participar à polícia.

Uma forte risada ouve-se pelo telefone.

Estás a rir do quê?

Estou a pensar em como és engraçada quando estás irritada, já te estou a imaginar a franzir a testa, enquanto fazes beicinho. Tão querida!

Vê lá se a querida não te torce o nariz!

Estás à vontade para tentar. Sexta-feira ao jantar? Posso ir-te buscar a casa às oito da noite.

Pois… sonha!

Então está combinado, às oito em tua casa. Até sexta.

Eu disse que nã…

PI PI PI PI PI

Amanda desliga o auscultador, lívida e vermelha como um pimento.

Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2020

São sete e meia e Amanda está de pijama a ler um livro, quando Sónia chega a casa.

Então, ainda não estás arranjada?

Arranjada para quê?

O gostoso não te disse que vinha hoje às oito?

É bluff. Uma coisa é saber onde trabalho, agora a minha morada pessoal, impossível!

E se souber? E se aparecer?

Problema é dele, não tenciono ir a lado nenhum, muito menos com aquele Aprumadinho convencido.

O. K., como quiseres! — Encolhe os ombros.

Às oito em ponto tocam à campainha. Amanda pára, inerte. O seu coração acelera e a sua face ruboriza.

Ele não ia ter a lata!

Sónia vai à porta e agarra no intercomunicador:

Quem é?

O Aprumadinhos dos infernos.

Amanda, é ele. Que faço? — grita da entrada.

Não respondas.

Too late, já respondi.

Então não abras a porta e diz para ele se ir embora.

A Amanda não se está a sentir bem e prefere ficar em casa — diz através do intercomunicador.

Compreendo.

Sónia volta à sala.

Que disse ele?

Que compreendia e bazou.

Óptimo, obrigada.

Passada meia hora, tocam de novo à campainha. Sónia vai lá de novo.

Quem é?

Aqui em cima. — Ouvem-se três batidas leves na porta.

Sónia olha pelo óculo da porta e vê Dário, sem saber o que fazer, abre a porta. Dário entra de imediato, com muito à-vontade, e diz:

Não sabia o que gostavam, por isso trouxe muita variedade de comida, também trouxe uma canja caso ela prefira. Onde comemos, cozinha, sala?

Sónia sorri e diz:

Pode ser na sala, eu vou à cozinha buscar as coisas. A Amanda está lá.

Amanda pergunta quem era enquanto lê, mas é Dário e não Sónia quem lhe responde.

Era eu!

Amanda levanta os olhos e vê Dário vestido de fato e com vários sacos de comida na mão. Fica sem reacção.

Trouxe muita variedade, para todos os gostos.

Sónia chega com pratos, talheres, guardanapos e copos num tabuleiro. Em dois minutos a mesa está pronta e Amanda continua muda, sentada no sofá a olhar para Dário.

Tens razão, ela não parece nada bem, nunca a vi tão caladinha — diz Dário, olhando para Sónia.

Sónia ri-se. Amanda olha com ultraje para a amiga, esta pára de rir e baixa os olhos.

Quem é que te deu a minha morada? — atira Amanda para Dário.

Já te disse que tenho os meus meios.

Tu és um emplastro na minha vida! — Lança as mãos ao ar.

Não sou, mas se quiseres posso ser. — Pisca o olho.

Amanda cora, mas irrita-se com ela própria por aquelas palavras lhe causarem aquela sensação.

Anda comer, vamos tentar ter uma noite normal, entre amigos. — Coloca as mãos em defesa. — Prometo que se no final nunca mais me quiseres ver à frente eu respeito essa decisão, mas pelo menos dá-me uma oportunidade.

Amanda não sabe o que fazer, olha para Sónia, que lhe sorri e acena que sim com a cabeça.

O. K., mas eu fico com os noodles de vegetais.

Com certeza, minha senhora. — Ri.

A noite é cheia de conversa, muito humor e principalmente muita picardia entre Amanda e Dário.

Domingo, 12 de Janeiro de 2020

Amanda recebe uma mensagem de Dário a perguntar o que está a fazer. Conversa puxa conversa, passam a tarde toda e pela noite dentro a trocar mensagens.

Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2020

Amanda, está a preparar-se para ir jantar no dia dos namorados, desta vez o seu par é Dário, com quem namora há um mês. Faltam três horas para Dário a vir buscar e ela já está a arranjar-se.

Sónia! — grita a plenos pulmões.

Que foi? — Sónia aparece automaticamente à porta do seu quarto com uma caixa grande de papelão na mão —, espera não me digas, queres ajuda para te vestir.

Conheces-me bem — diz Amanda sorrindo para a amiga.

E eu já estava à espera, por isso fiz-te isto. Toma. — Passando-lhe a caixa para a mão.

Não acredito! — diz cheia de emoção.

Da caixa sai um vestido prateado de mangas compridas e decote pronunciado.

Obrigada, obrigada, obrigada, é lindo! Estou tão nervosa amiga, obrigada.

Nervosa porquê? Da última vez eu perceberia, mas agora não tens de te preocupar. — Ri.

Como assim?

Miga, só namoras há um mês, não é como se ele te fosse pedir em casamento. É um simples jantar de dia dos namorados, nada para te preocupares.

É… verdade… tens razão… impossível de acontecer… — o seu olhar perde o brilho.

Não me leves a mal, gosto muito do Dário, mas sinceramente não tenho muita fé nesta vossa relação, vocês passam mais tempo a embirrar um com outro do que outra coisa. Bem, acaba lá de te arranjar, que eu vou acabar de ver o meu filme.

***

Amanda passa o jantar todo circunspecta. Dário repara e aquando a sobremesa, questiona-a.

Que se passa?

Desculpa?! — Levanta a cabeça e responde apanhada de surpresa.

Estiveste o tempo todo quieta e pensativa, nem uma vez mostraste o teu habitual mau feito e me chamaste Aprumadinho. Sentes-te bem?

Amanda parou por uns segundos e depois o seu sorriso começou a abrir-se.

Estou! Aliás, estou óptima! — começa-se a rir em plenos pulmões. — Tu irritas-me, tu exasperas-me às vezes, com essa mania de estar sempre certo, e sim a Sónia tem razão, embirramos muito um com o outro, mas a verdade é que são esses momentos que me fazem sentir viva e não trocava isso por nada deste mundo. Eu sinto borboletas contigo e… e… eu… amo-te!

Dário olha para ela com doçura e uma pequena lágrima no canto do olho, agarra-lhe as mãos e diz:

Eu também te amo, muito!

Então casas comigo?

Eu quero casar contigo desde a primeira vez que me chamaste Aprumadinho. Mas tens a certeza?

Nunca tive tanta certeza na minha vida! Quando sabemos, sabemos!

FIM