FICÇÃO ESPÍRITA

 O termo “ficção espírita”

O que é “ficção espírita”? Vamos buscar uma definição, a mais clara possível, desse novo subgênero da ficção? Esse é apenas o primeiro artigo sobre o tema Literatura e Espiritismo. Vamos lá?

Bem, por eu ser adepta à doutrina espírita e apreciar todo tipo de leitura relacionada, destaquei uma postagem no Facebook que me despertou uma atenção especial. Estava no perfil do conhecido médium Carlos Antônio Baccelli, de Uberaba — MG. Ele possui mais de 200 livros publicados, sendo boa parte deles ditada pelo espírito do médico Inácio Ferreira de Oliveira, psiquiatra espírita, falecido em 1988.

Então, na postagem de 2013, o médium divulga a mensagem do espírito de Dr. Inácio, especialmente para o Editorial do “Jornal da Mediunidade”. O título da publicação é: “Ficção Espírita – Um novo gênero de literatura?”. Aliás, essa foi a primeira vez que li o termo “ficção espírita”.

O que significa “ficção espírita”?

Primeiro, vamos ver alguns dos significados de “ficção”, segundo o dicionário Houaiss: construção voluntária ou involuntária da imaginação; criação imaginária; relato ou narrativa com intenção objetiva, mas que resulta de uma interpretação subjetiva de um acontecimento, fenômeno, fato etc.

Ainda segundo o dicionário, a palavra “espírita” quer dizer: relativo ou pertencente ao espiritismo.

Logo, um livro que não contém, em sua totalidade, a realidade de fatos é chamado “ficção”.

Portanto, a ficção com mensagens ou conteúdos espíritas, tendo ou não a exatidão dos conceitos da doutrina, não poderia ser chamada “ficção espírita”?

O conteúdo da mensagem mediúnica sobre ficção espírita

A mensagem recebida por Carlos Antônio Baccelli soa como um alerta sobre a necessidade da correta classificação das obras, como espíritas ou não. Para isso, deve levar-se em conta a autenticidade histórica e doutrinária.

Como obras de valores históricos inquestionáveis, doutor Inácio cita as de Chico Xavier, complementares às da codificação de Allan Kardec.

Porém, dentro do grande volume de obras que vêm sendo lançadas no mercado livreiro espírita, a mensagem chama a atenção para a importância de se definir adequadamente o termo “ficção espírita”.

Afinal, os livros espíritas, mesmo os psicografados, podem trazer, em sua essência, reminiscências a respeito das vidas passadas dos médiuns, acrescidas de sua criatividade literária. Por isso, precisam passar pelo crivo da razão, tomando-se por base as obras de Kardec. Então, é preciso fazer essa distinção e evitar que a fragilidade presente nessas obras sirva de argumento para críticas à doutrina.

“Se este gênero da literatura — o da ficção espírita — não ficar bem definido, estaremos correndo o risco de, no Espiritismo, se tomar a ficção pela realidade.”, alerta o espírito de Dr. Inácio.

Ao final, reconhece que, mesmo sendo “ficção espírita”, as obras têm seu valor. Desde que difundam a ideia da imortalidade do espírito e se baseiem na moral cristã, são muito mais bem-vindas do que as apelativas de fundo materialista.

Conclusão

Portanto, podemos concluir que a ficção espírita é um novo gênero literário em definição, mas que, na realidade, já circula no mercado livreiro há anos. O que falta, porém, é a sua correta classificação.

Mas, para não ficar apenas na teoria, trago dois exemplos de ficção espírita de autores contemporâneos: Uma Colheita de Inverno, de Pedro Branco e Correntes de Papel, de minha autoria.

Em complemento, no artigo “Esse escritor não presta!” você verá que escolher textos dentro do seu gênero favorito torna a leitura muito mais prazerosa.

Finalmente, concluo com um convite aos leitores interessados na área Literatura e Espiritismo. Caso tenham algum material sobre o tema ora abordado, e se disponham a compartilhar, peço a gentileza de entrar em contato comigo através das minhas redes sociais.

Igualmente, caso tenham interesse, aqui vocês podem ler a mensagem citada no artigo, na íntegra: FICÇÃO ESPÍRITA – UM NOVO GÊNERO DE LITERATURA? (google.com)

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