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Uma série da Netflix sob o olhar de quem escreve | Epicentro Literário
Rosângela Martins

Uma série da Netflix sob o olhar de quem escreve

    Como salvar um assassino – série – resenha

    Uma breve impressão da série sob o olhar de quem escreve

    Hoje resolvi falar dessa série que maratonei nas últimas semanas pela Netflix. Embora tenha passado na TV norte-americana de 2014 a 2020, só recentemente tive coragem de acompanhar. Apesar de ter visto vários comentários pela internet criticando a série, confesso que achei viciante e gostei.

    Você pode até deduzir que não sou uma consumidora muito exigente. Mas não é bem assim. Quando leio livros e assisto a filmes, eu procuro ressaltar os pontos positivos e me fixar nos detalhes que me agradam, pois, nada é totalmente ruim.

    Aliás, a série tem a excelente atriz Viola Davis como protagonista. Annalise Keating é uma brilhante advogada criminal e professora de direito em uma prestigiada universidade na Filadélfia. Junto aos seus 5 alunos preferidos, escolhidos a dedo, todos se envolvem em uma trama de assassinato que parece uma areia movediça, onde cada um se compromete cada vez mais.

    Foi 6 temporadas onde em cada episódio a equipe de estudantes auxilia a advogada com a defesa de algum cliente, sempre culpado.

    A repetição incessante das cenas de flashback, que a cada aparição acrescenta um detalhe a mais, até pode até ser um diferencial. Mas o problema é que essa repetição se torna cansativa e algumas vezes chega a confundir o expectador.

    Assim mesmo, consegui assistir com um olhar mais apurado, enquanto escritora, e fui fazendo algumas anotações.

    Então percebi vários beats e tropos usados que podem auxiliar na construção de histórias do mesmo gênero da série.

    Mas primeiro, vou explicar:

    O que é BEAT e o que é TROPO?

    Beat – O beat é a menor ação em uma cena; é um momento que move a história para frente. Como toda história tem início, meio e fim, ela começa num ponto A para chegar ao ponto B. Então no meio do caminho, muitos conflitos surgem, muita coisa acontece. Assim, a história é dividida em atos, divididos em sequências, divididas em cenas. Por sua vez, as cenas se dividem em beats. Assim, o beat é a menor ação em uma cena, e que também tem início, meio e fim. Ou seja, o que o personagem deve fazer, a ação do personagem e a reação, o que acontece em decorrência do seu ato. Logo, uma cena é composta de vários beats. E toda a história tem uma enorme quantidade de beats. Para quem escreve roteiros, a descrição de beats é fundamental. Nos romances eles também são importantes.

    Tropo narrativo  – A partir de sua definição como figura de linguagem, o termo “tropo” também é utilizado para descrever os conceitos recorrentes utilizados em narrativas fictícias. Ou seja, quando os beats são muito usados, viram tropos. E quando os tropos se repetem ao ponto de se tornarem previsíveis e muito batidos, esses tropos viram clichês.

    Enfim, relaciono agora alguns dos beats e tropos que encontrei na série.

    . A mãe que perde a guarda do filho;

    . A mãe que perde o filho em um acidente de carro;

    . Pessoas se envolvem para ajudar e acabam tendo seus segredos revelados;

    . Pessoas têm seus erros do passado revelados;

    . Envio de fotos e mensagens via celular;

    . A pessoa estava acordada, quando o despertador tocou;

    . O réu, culpado, é incriminado por outro crime que não cometeu;

    . A droga que vem embrulhada no papel alumínio de um sanduíche;

    . O reencontro da mãe com o seu filho perdido;

    . Um julgamento que parece perdido acaba ganho e vice-versa;

    . A mulher negra e forte.

    Outros detalhes observados que podem auxiliar na construção de uma história.

    . O que está ruim pode ficar ainda pior;

    . Acontecimentos pequenos vão ganhando proporções;

    . Cada vez mais as mentiras são necessárias e viram uma bola de neve;

    . Quem parecia amigo, na verdade, é um vilão;

    . Quem parecia amigo, passa a dar todas as pistas de que é um vilão, mas depois justifica os seus atos e esclarece que não o é;

    . Uma ideia inicial não agrada, mas é aceita. E, quando parece que tudo vai dar certo, essa ideia mostra-se ter sido a pior escolha. Um excelente plot twist;

    . Colocar várias pistas falsas;

    . Todos os personagens têm conflitos internos e externos;

    . Não existe personagem perfeito;

    . Personagens são levados ao extremo;

    . Personagens são submetidos a dilemas;

    . Quando tudo parece que vai terminar bem, surge um problema ainda maior. É o plot twist;

    . Todos os personagens mentem ou ocultam algo;

    . Levantam-se teorias da conspiração;

    . O amor de mãe é maior que tudo;

    . Um personagem é introduzido na trama e só, lentamente, é revelada a sua ligação com a história;

    . Levantam-se suspeitas sobre alguém, mas, com o tempo, mostram que não é o que se pensava;

    . Todos os relacionamentos são como um triângulo amoroso, onde a protagonista da série é uma das pontas desse triângulo, pois está sempre envolvida de alguma forma;

    . A personagem principal é amada ou odiada, sem meio-termo;

    . Relacionamentos homoafetivos;

    . O improvável acontece;

    . A protagonista consegue o seu objetivo, porém com muitas perdas pelo caminho;

    . Fugir do óbvio ou do que já se é esperado; e

    . Deve existir explicação para tudo.

    E assim eu concluo, esperando ter colaborado para despertar alguns insights e oferecendo uma dica de leitura: Para ler como um escritor

    e ebooks sobre a Netflix e livros que originaram algumas séries

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