Games (ou filmes) divertidos é a p. q. p.!

A imprensa gamer e seus influenciadores (e do cinema também) não podem mais disfarçar produtos medíocres como “divertidos”

Ouvindo um podcast que fazia uma crítica sobre o filme Star Wars IX, tive o desprazer de ouvir, próximo ao final do episódio, um dos participantes dizendo algo do tipo “… eu sei que ele tem todos esses problemas, mas eu tava lá e era Star Wars, era píu-píu-píu, era divertido, é isso que eu quero ver em Star Wars…” Não citarei aqui o nome deste mongoloide, mas, como vocês podem imaginar, a maioria do tempo do episódio foi dedicada a massacrar o filme por diversos aspectos, nada mais justo para uma aberração de filme como este, que enterrou para boa parte da base anterior de fãs de Star Wars o gosto pela franquia.

Refletindo sobre o assunto, percebi que está cada vez em moda entre os críticos, pseudocríticos, influenciadores ou o público o tal argumento da “diversão”. Não se trata de diversão verdadeira, aquela de Tony Hawk’s Pro Skater I + II ou The Matrix Ressurections, mas sim de um falso rótulo, geralmente atribuído a games e filmes porcarias, como forma de suavizar as críticas ou os defeitos mais que óbvios destes.

Games (ou filmes) divertidos?

Temos então: Venom 1? É divertido! Genshin Impact (jogo single player que não funciona offline)? É divertido! Call of Duty Black Ops IV (jogo sem campanha)? É divertido! Desde que o game não esteja muito bugado e tenha um multiplayer, seja capaz de ter algumas situações caóticas ou renda memes durante as partidas, ele já pode ser considerado “divertido”.

Para os filmes a coisa é um pouco diferente, obviamente. Se o filme tiver ação, nostalgia e meia dúzia de frases de efeito, não importa que o roteiro seja uma diarreia. Nem que a direção seja um vômito, e que a continuidade dentro da série e do próprio universo preestabelecido seja uma piada, o filme é “divertido”. Ele “traz a sensação de novo de [insira aqui o nome de uma franquia de sucesso da cultura POP]”, segundo os mongoloides. As frases de efeito não precisam fazer sentido no filme, claro, nem serem bons diálogos em si. Para os games, não importa que a história seja um estrume, que o mapa pareça saído diretamente do molde do motor gráfico utilizado ou que o jogo seja derivativo ou mesmo uma cópia descarada de outro, ele ganha a etiqueta de “divertido”. Se não ficou claro ainda, Genshin Impact e Call of Duty Black Ops IV são porcarias genéricas.

Em uma época em que The Last of Us 2, Final Fantasy VII Remake parte 1, Hades, Nier Automata, GRIS e tantos outros games maravilhosos, de diversos gêneros e propostas, se tornam inspiração, é inadmissível ouvir influenciadores mongoloides elevando porcarias quaisquer chamando-as de divertidas. Nós queremos games épicos, polidos, refinados, com direção de arte suprema, inovadores e que vamos lembrar para sempre.

Game divertido é a puta que pariu!

Sugestão de leitura na Amazon: Jogos digitais e a língua inglesa

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