Tempo

Em criança o tempo não existe;

Não aumenta nem diminui.

Há tempo para tudo,

Desde o sol nascer até o anoitecer.

A percepção do tempo muda,

Quando deixa-se de ser criança.

O tempo começa a diminuir,

Como um peso na balança.

Nas minhas memórias guardo o exacto momento

Que a noção do tempo mudou.

Uma pergunta feita num fragmento

E tudo desabou.

Fugiu da minha mente…

Fugiu do meu ser…

Como uma onda, inundou-me,

Para as memórias dele eu rever.

Anos passaram-se em segundos.

Diante dos meus olhos eu pude ver.

O que para mim era escondido

Nos recantos do meu coração,

Por todos era conhecido

E por ele, alvo de atenção.

A verdade veio de cima

E a percepção do tempo ocorreu.

Nasceu a pessoa adulta.

A ingenuidade, com a inocência morreu.

Não temos mais o olhar de uma criança.

Agora, vemos o mundo com desconfiança.

Há segundas intenções nas pessoas.

Algumas são más, outras boas…

O tempo que redefina

O que a experiência nos traz,

Pois o que a vida nos ensina…

Nem sempre nos satisfaz.

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