Rosângela Martins

Mulher

Mulher…

Tu és a minha perdição.

*

Desnorteado, sem rumo, teus mistérios me seduzem.

Sabores de raras iguarias teus montes me reservam.

E me atormentam, quando se escondem;

E me encantam, quando se revelam

*

Teu perfume me inebria, me paralisa, me envenena.

Droga cruel, quase mortal, age rápido, sem pena.

Que alterna prazer extremo e satisfação, quando ingerida,

Com horas de ansiedade e insanidade, se não consumida.

*

Tão poderoso feitiço tu lançaste sobre mim…

Que, mesmo na escuridão, é somente a ti que vejo.

Linda, dançando, toda nua, compondo um florido jardim

De curvas perigosas, transpirando sensualidade e desejo.

*

Teu corpo é o meu porto e o meu abismo;

Nele, me escondo,

Nele, me aconchego,

E nele, me encontro.

Nele, me perco,

Nele, eu me farto

E nele, me retrato.

*

Mulher.

Minha amada mulher…

Tu és a minha salvação.

Poema selecionado no Concurso Nacional Novos Poetas 2017, publicado na antologia poética da Editora Vivara.

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