A brisa morna pairava, a pele a tocar,
Na primavera florida, beija flor a voar,
Doce seiva da vida, frágil abelha alimenta,
Uma teia intrincada, a aranha sustenta.
Do lampejo de luz, o olhar floresceu,
Num singelo sorriso, foi amor – percebeu.
Há tempos perdido, sozinho a sonhar,
Entregou-se vencido, não podia evitar.
Indecisos passos; o caminho trilhou,
Timidez insistente, luz do sol aceitou,
Trêmulas mãos, quente toque buscou,
Num abraço envolvente, cor se multiplicou.
Em seus lábios cantou, belo é o nome dela,
Em seus braços tomou, lírio da primavera!
Obs: Poesia publicada originalmente na antologia poética “Enamorados”, da editora Edições & Publicações, 2020.