Lendas e Folclore Brasileiro
- Gênero: Domínio Público | Público Infantil
Dizem que Romãozinho, filho de agricultor, já nasceu mau.
Os pais descobriram logo cedo a má índole do moleque. Não bastasse o parto difícil, durante as mamadas, mesmo sem ter dentes, o pirralho mordia o bico do peito da mãe. O pai, pobre coitado, só vivia fedendo a mijo, pois, Romãozinho fazia do colo paterno receptáculo das suas necessidades fisiológicas.
Quando o menino começou a correr pela casa, acabou o sossego no chiqueiro e no galinheiro. Até as plantas que a mãe sempre cuidou, nunca mais vingaram.
Correndo feito um raio, quem conseguia pegar Romãozinho para aplicar-lhe as merecidas sovas?
Certa vez, a mãe lhe chamou:
— Leva essa marmita pro seu pai que tá lá no roçado. E não me venha com reclamação!
Contrariado por ter que largar a brincadeira, o garoto jogou as bolas de gude no chão com tanta força, que quicaram e acertaram três passarinhos nos galhos de uma árvore.
No meio do caminho, Romãozinho abriu a marmita, comeu a galinha e deixou só os ossos. Em sua mente perversa, já tramava aprontar com o pai e se vingar da mãe.
— Que brincadeira é essa? — disse o pai ao se deparar com os ossos na marmita.
— Me deram isso pra trazer pro senhor. Eu acho que a mãe e o homem devem ter comido a galinha e mandaram os ossos pro senhor — falou sério, mas se rindo por dentro.
— Que homem? — O pai não estava gostando nada daquela história.
— Um homem que vai lá em casa todo dia, quando o senhor tá na lida.
O sangue do agricultou ferveu. Apanhou o facão, voltou pra casa e matou a mulher inocente.
Enquanto Romãozinho ria da desgraceira, a mãe ainda teve tempo de amaldiçoar o filho:
— Você há de vagar por essas terras, sem descanso, enquanto existir homem ou animal nesse mundo! Jamais vai conhecer o céu, e nem o inferno vai te querer!
Desde então, o menino nunca cresceu.
Isso se deu há muitos anos, lá pelas terras de Goiás. Mas o caso é que até hoje muita gente de bem garante que esse menino do capiroto ainda anda por aquelas bandas judiando das pessoas e dos bichos, assustando e pregando peças, torturando galinhas, atirando pedras nos telhados e fazendo de tudo que não presta.
É bom saber dessa história pra gente ter cuidado e respeito, afinal, praga de mãe é poderosa!
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Observação do Autor
História do folclore brasileiro com conclusão moral de que más ações levam ao castigo. Mostra que as crianças devem ser obedientes e ter respeito aos pais.
